Projeto, que tem mais de 30 crianças, acontece no bairro Paraíso e é liderado por um voluntário . Lusinir Martins Chaves, 25 anos, já se mudou de bairro, cidade e estado. E sempre levou na mala e no coração o sonho de se tornar um jogador de futebol. Tentou uma, duas, mais de dez vezes. Mas foi no trabalho voluntário como treinador, que ele encontrou a realização pessoal que buscava nos campos. |
No ano passado, um grupo de líderes comunitários formaram a Associação de Moradores de Paraíso. A conquista teve o suporte do Programa Semeando o Futuro e a equipe recebeu treinamento em planejamento e desenvolvimento de projetos comunitários. Com apoio adicional de voluntários cívicos do Programa, chamados de Embaixadores Comunitários, Lusinir e a Associação conseguiram escrever a apresentar o projeto da Escolinha de Futebol, o qual foi recebido e aprovado pelo Conselho da Comunidade. “Foi um trabalho em conjunto de todos os voluntários para que esse projeto fosse aprovado”, conta o treinador. Mas o maior incentivo de Nire não vem do material. Ele colocou como contraparte no projeto a doação do seu tempo para liderar os treinos. “O que me empolga a continuar é ver o sorriso das crianças depois dos treinos. Nao sei muita coisa, mas o que eu sei, passo para eles. E além do esporte, falo o que aprendi com a minha mãe: sempre ajudar o próximo, ter respeito com todos, ficar longe das drogas, da violência. Ser um bom cidadão”.
De acordo com o participante da escolinha Gabriel Lucas Alves, 14 anos, Nire está fazendo muito bem feito o trabalho que se propôs. “Todo sábado a gente se diverte e aprende não só coisas de futebol, como alongamentos e dribles, mas também valores como respeito. Se acontece uma falta, a gente pede desculpa e segue o jogo. Aprendemos a não roubar nem no campo, nem fora dele”, conta o estudante. Além dos aprendizados, Gabriel garante que vai levar para vida as amizades que fez nos treinos. “Fiz muitos amigos aqui. E sei que para o meu futuro essas amizades serão importantes”, conta.
Para Josiane Raquel Cardoso dos Santos, 32 anos, o projeto ajuda também dentro de casa. Ela é mãe de dois jogadores - o Emanoel de 8 anos e Giovani de 10 - e conta que depois que a escolinha de futebol começou, os filhos ficaram mais atentos aos estudos. “Eles têm mais interesse em ajudar casa porque sabem que vão participar dos treinos: levantam cedo, tomam café, escovam os dentes, ficam motivados. Durante a semana estudam mais para poder vir no treino no sábado. O professor incentiva o estudo, ele é um bom exemplo. É emocionante ver meus filhos envolvidos neste projeto”, garante.
Texto e fotos: Alessandra Toniazzo