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Como medir o impacto de Programas de Voluntariado Corporativo

Published 01/27/2020 by Daiane Yara Martins

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Texto: Fernanda Mello – Especialista em comunicação e Priscila de Souza – Especialista em voluntariado

A especialista de voluntariado da Global Communities Brasil e colega de trabalho, Priscila de Souza, vem publicando uma série de artigos sobre a implementação de programas de voluntariado corporativo. Para finalizar a série, tive o prazer de coescrever este artigo sobre como medir o impacto das ações e projetos realizados.

Como responsável pelo monitoramento e avaliação do Semeando o Futuro (um programa de desenvolvimento social e voluntariado corporativo com atividades em 5 cidades no Brasil e uma na Argentina) sei que o desafio é grande, mas espero que nesse artigo você encontre dicas simples de como mensurar de maneira efetiva o impacto das atividades que desenvolve.

Para sabermos se um programa de voluntariado está cumprindo com suas metas e objetivos é muito importante que eles sejam claros desde o início do programa (falamos sobre esse passo aqui.) Após definir o objetivo do programa, é importante definir quais indicadores queremos mensurar. Chamamos o processo contínuo de acompanhamento de indicadores de monitoramento. Esse é um processo contínuo que nos ajuda a medir, no decorrer das ações e projetos se eles estão sendo efetivos.

Por exemplo, após uma ação de uma escola, os voluntários e comitês podem analisar se o número de alunos envolvidos foi o planejado, se atingiram o número de voluntários, se conseguiram a meta de doações. Com a análise desses indicadores, será possível ajustar as ações de mobilização e organização nas próximas ações ou utilizar o exemplo caso tenham sido positivo.

Alguns indicadores de monitoramento mais comuns em programas de voluntariado são:
# de voluntários envolvidos
# de horas voluntárias
# de beneficiários (crianças, idosos, etc)
# de ações/projetos realizados no período

Para alimentar esses dados, cabe a quem estiver coordenando as ações, ter na equipe/comitê gestor quem zele pelas listas de presença de cada ação/projeto e faça um controle sobre elas e quem cuide para assegurar que os termos de adesão ao trabalho voluntário também estejam devidamente assinados por cada voluntário participante, num próximo artigo podemos esmiuçar um pouco questões legais como essa.

Como parte do monitoramento é fundamental também fazer reuniões de avaliação após cada ação realizada e periodicamente para verificar se os objetivos foram atingidos, o que foi bom e o que pode ser melhorado nas próximas ações. E para ajudar nesse desafio citamos aqui duas ferramentas muito úteis para assessorar o processo de avaliação de projetos/ações: a Matriz FOFA(Swot em inglês), e o método Que Bom – Que Pena – Que Tal.

Na matriz FOFA a equipe irá avaliar quais as fortalezas, as fraquezas, as ameaças e as oportunidades de melhoria para as próximas ações. Sugerimos que ela seja utilizada para avaliar a efetividade das ações do programa em um período médio (bimestral ou trimestralmente, por exemplo).

O método “Que bom, que pena, que tal?” funciona bem como fechamento de ações realizadas. Nele a equipe de voluntários e comitê faz uma análise do que funcionou bem e pode ser usado como exemplo (Que bom!), daquilo que não funcionou e deve ser ajustado em ações futuras (Que pena) e os planos de ação e ajustes (Que tal?).

E por fim, além de promover momentos de reflexão e mensuração constantes no decorrer do ano, sugerimos que ao encerramento de um ano ou de projetos, seja feita uma retrospectiva das ações para verificar se as metas, indicadores e objetivo do programa foram ou estão sendo atingidos.

Estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação do programa de voluntariado corporativo é essencial para a efetividade do mesmo pois ajuda a fazer possíveis ajustes no percurso e oportuniza aprendizagens e melhorias para que o mesmo continue rodando bem e engajando mais voluntários.

Ter metas de indicadores e objetivos estabelecidos e mensurados também vai ajudar a área responsável a apresentar aos líderes da empresa os resultados dos programas de voluntariado e estabelecer uma relação de confiança e engajamento com eles, reforçando a importância e efetividade das verbas destinadas às ações de responsabilidade social.